Calazar não!!!
As crianças e os idosos são os mais susceptíveis à Leishmaniose Visceral (LV), uma doença grave, mas que tratada adequadamente é curável em cerca de 90% dos casos. No animal, a situação é diferente, pois como não há cura, ele tem de ser afastado do ambiente.
Fátima Guimarães da
Redação08 Nov 2008
Foram mais de 15 dias de febre. O primeiro diagnóstico: crise de garganta. Mas Mateus Alves, 6, não melhorou com o antibiótico prescrito pelo médico do posto. A mãe do menino, Francisca Helena, procurou outro serviço de saúde e, após realizar os exames, teve a confirmação de Leishmaniose Visceral (LV). "Nunca tinha ouvido falar que Calazar dava em gente, só em cão." O Calazar, como a doença também é conhecida, atinge o homem e o cão. No caso dos humanos, as crianças e os idosos são os mais susceptíveis, mas se tratada adequadamente é curável em pelo menos 90% dos casos. No Brasil, a LV tem se tornado, cada vez mais, um grave problema de saúde pública. A leishmaniose é transmitida aos cães e ao homem pelo flebótomo, também conhecido como mosquito-palha. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), houve redução no número de casos. Em 2006, das 3.651 pessoas que adoeceram, 262 morreram. Ano passado, foram 3.505 doentes com 183 mortes no País. Em Fortaleza, dos 139 casos registrados de janeiro a outubro último, foram 12 óbitos, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Nem toda pessoa que é picada pelo mosquito infectado desenvolve a LV. Estudos mostram que apenas 12% adoecem, ou seja, o parasita vence o sistema imunológico do indivíduo. Desnutridos e pessoas com baixa imunidade são mais vulneráveis. Quando o parasita entra nas células de defesa, multiplica-se na medula óssea. Por isso, causa anemia, um dos sintomas. Além disso, a doença atinge o fígado e o baço, que ficam com o tamanho aumentado. No início, a LV pode ser confundida com doenças causadas por vírus em decorrência da febre, cansaço. Por isso, qualquer doença com mais de duas semanas de febre, o Calazar deve entrar como diagnóstico diferenciado. Dois procedimentos são importantes para confirmação: exame de sangue e pesquisa do parasita na medula óssea. O médico da Célula de Vigilância Epidemiológica da SMS, Ronaldo Pinheiro, diz que a situação da LV já foi mais preocupante e que a tendência natural após um aumento do número de casos, como ocorreu em 2006 e 2007, é que entre em declínio. Sem cura A professora da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Cláudia Beviláqua, afirma que, ao contrário do ser humano, não há cura para a doença no animal. Por mais que seja difícil para os donos, o veterinário Sérgio Franco, do Centro de Controle de Zoonose de Fortaleza (CCZ), diz que o cão doente tem de ser retirado do ambiente. A vacina anti-leishmaniose visceral canina, vendida em clínicas veterinárias, só pode ser usada em animal com sorologia negativa para Calazar. Mas, mesmo assim, ainda há polêmica em relação à eficácia da vacina. Waneska Alexandra Alves, da Coordenação de Vigilância das Doenças Transmitidas por Vetores Antropozoonoses (MS/COVEV), alerta que cerca de 40% a 60% dos animais infectados não apresentam quadro da doença sendo aparentemente saudáveis. Isso significa que eles mantém o ciclo de transmissão da doença para pessoas e cães.
Pesquisadores do Hospital Clínico de Barcelona informaram hoje que conseguiram identificar o genoma do Plasmodium vivax, um dos parasitas que transmitem a malária.
Pedro Alonso, responsável da equipe espanhola, explicou que o Plasmodium vivax, é, ao lado do Plasmodium falciparum, o mais infeccioso e perigoso dos quatro maiores agentes na transmissão da malária.Os outros dois são o Plasmodium malariae e o Plasmodium ovale, presentes principalmente na África, enquanto o vivax é mais frequente na América do Sul e o Oriente Médio.Embora a malária provocada pelo Plasmodium vivax seja raramente mortal, esta doença causa problemas para os setores de saúde e economia dos países que sofrem com ela.Estima-se que este parasita seja o responsável por entre 25% e 40% dos 515 milhões de casos anuais da malária no mundo.O descobrimento do genoma do Plasmodium vivax, liderado pelo The Institute for Genomic Research (TIGR), e que foi publicado no último número da revista "Nature", revelou que seu genoma é muito mais parecido com o do Plasmodium falciparum que o esperado.Segundo a pesquisa, o vivax teria mecanismos alternativos de infecção dos eritrocitos, as células do sangue humano nas quais se cobre e se multiplica o parasita durante seu complexo ciclo vital.Para os pesquisadores, estas vias alternativas de infecção não haviam sido observadas anteriormente, e que com esta informação genética será possível encontrar formas de combate à malária.O plasmodium e o vivax podem coexistir em muitas ocasiões, e representam 10% da malária no Brasil e 30% dos casos registrados em Papua Nova Guiné.No estudo, demonstrou-se que o vivax não é um parasita benigno.Na realidade, causa doenças graves e pode até matar. Foi possível também perceber a sua capacidade de se instalar de uma forma latente no fígado, por anos.
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